domingo, 9 de agosto de 2009

deixa passar.

"Coisas belas, coisas feias: o bom é que passam, passam, passam. Deixa passar."
(Caio F. Abreu)

a gente se encontra..

'não te preocupa. o que acontece é sempre natural — se a gente tiver que se encontrar, aqui ou na China, a gente se encontra.'
(Caio F. Abreu)

muito.

'penso em você principalmente como a minha possibilidade de paz — a única que pintou até agora, "nesta minha vida de retinas fatigadas". e te espero. e te curto todos os dias. e te gosto. muito.'
(Caio F. Abreu)

não passou.

'como se já estivesse passado. mas não passou. eu ainda estou aqui. talvez daqui a pouco eu chore, ou grite, ou saia correndo no escuro.'
(Caio F. Abreu)

viver: tarefa dura.

'viver agora, tarefa dura. de cada dia arrancar das coisas, com as unhas, uma modesta alegria; em cada noite descobrir um motivo razoável para acordar amanhã.'
(Caio F. Abreu)

tudo tem jeito.

'vê se ri um pouco. tenho aprendido que tudo tem jeito, o tempo é remédio pra tudo, vivendo e aprendendo.'
(Caio F. Abreu)

cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é.

'tão estranho carregar uma vida inteira no corpo e ninguém suspeitar dos traumas, das quedas, dos medos, dos choros..'
(Caio F. Abreu)

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Richard Sennett

O romancista Salman Rushdie afirma que o eu moderno é "um edifício instável que construímos com dogmas, mágoas de infância, artigos de jornal, observações casuais, velhos filmes, pequenas vitórias, pessoas odiadas, pessoas amadas". Para ele, a narrativa de uma vida aparece como uma colagem, uma montagem do acidental, do encontrado e do improvisado.
A psique permanece num estado de interminável vir a ser - um eu jamais acabado. Nessas circunstâncias, não pode haver uma narrativa de vida coerente, um momento esclarecedor de mudança iluminando o todo...
Essas visões de narrativa, às vezes chamadas "pós-modernas", refletem na verdade a experiência do tempo na moderna economia política. Um eu maleável, uma colagem de fragmentos em incessante vir a ser, sempre aberto a novas experiências - essas são as condições adequadas à experiência de trabalho de curto prazo, a instituições flexíveis e ao constante correr de riscos.
Da mesma maneira, as pessoas podem sofrer de superficialidade ao tentar ler o mundo em torno delas e a si mesmas. As imagens de uma sociedade sem classes, com uma maneira comum de falar, vestir e ver, também pode servir para esconder diferenças mais profundas; numa determinada superfície, todos parecem estar em um plano igual, mas abrir a superfície pode exigir um código que as pessoas não têm. E se o que elas sabem sobre si mesmas é fácil e imediato, talvez seja demasiado pouco...